Somos o pesadelo de nossas mães.
Nossos pais nos assistem com horror.
Não causamos orgulho algum.
Usamos drogas pelas praças
Transamos a céu aberto
Gozamos com nossos dedos
Não. Não orgulhamos nossos pais.
Somos nós, as princesas renegadas
As vadias mal-amadas.
Beijamos homens e mulheres.
Amamos homens e mulheres.
Estou aqui. Rebelde.
Desejo a morte do capital.
Não acreditemos em falácias.
Não negociaremos nossa luta.
Liberais?
Me desculpe, mas cuspo na sua cara.
Liberdades individuais?
Não mata nossa fome.
Somos as renegadas.
Já disse? Somos as odiadas.
Gritando nossa rebeldia
Amando mulheres a cada esquina
Amando rapazes sem o menor pudor.
Nossas flores são imarcescíveis
Nossa primavera não morrerá.
Sou eu. A odiada da vez.
Brado minha derrota
Comemoro o ódio gerado
Tenho ódio de você?
Oh pequena burguesa, liberalmente educada.
Não, meu ódio é pelo patriarcado.
Meu ódio é pelo capital
Não odeio suas consequências
Não odeio a sua bela aparência
Não odeio, não odeio.
Sou eu mesma, a rebelde odiada.
A Princesa renegada.
Punk rock, drogada.
Estouro seus ouvidos com meu grito.
Grito minha rebeldia.
Grito contra toda opressão sofrida.
Escondo meu desespero
Sorrio contra o seu desprezo
Visto minha roupa de guerra
E batalho o tempo inteiro.
Drika