Slam Pé Vermelho
1 min readApr 8, 2021

Somos o pesadelo de nossas mães.

Nossos pais nos assistem com horror.

Não causamos orgulho algum.

Usamos drogas pelas praças

Transamos a céu aberto

Gozamos com nossos dedos

Não. Não orgulhamos nossos pais.

Somos nós, as princesas renegadas

As vadias mal-amadas.

Beijamos homens e mulheres.

Amamos homens e mulheres.

Estou aqui. Rebelde.

Desejo a morte do capital.

Não acreditemos em falácias.

Não negociaremos nossa luta.

Liberais?

Me desculpe, mas cuspo na sua cara.

Liberdades individuais?

Não mata nossa fome.

Somos as renegadas.

Já disse? Somos as odiadas.

Gritando nossa rebeldia

Amando mulheres a cada esquina

Amando rapazes sem o menor pudor.

Nossas flores são imarcescíveis

Nossa primavera não morrerá.

Sou eu. A odiada da vez.

Brado minha derrota

Comemoro o ódio gerado

Tenho ódio de você?

Oh pequena burguesa, liberalmente educada.

Não, meu ódio é pelo patriarcado.

Meu ódio é pelo capital

Não odeio suas consequências

Não odeio a sua bela aparência

Não odeio, não odeio.

Sou eu mesma, a rebelde odiada.

A Princesa renegada.

Punk rock, drogada.

Estouro seus ouvidos com meu grito.

Grito minha rebeldia.

Grito contra toda opressão sofrida.

Escondo meu desespero

Sorrio contra o seu desprezo

Visto minha roupa de guerra

E batalho o tempo inteiro.

Drika